O que poderá ela ter aprendido no convento além dos jejuns e de um pouco de piedosa masturbação com o crucifixo. Passado o gelo das orações infantis, aposto em como ela arde por receber o golpe da misericórdia que porá fim à sua inocência. Lançar-se-à sobre a minha faca antes de eu a desembainhar. Não fará desvio nenhum: ignora os arrepios da caça. Que interessa a presa sem a volúpia da perseguição. Sem o suor do medo, sem a respiração ofegante, o olhar esgazeado. O resto é digestão. (...) Terei que me aplaudir a mim próprio. O tigre cabotino. Pode a plebe acavalar-se cheia de pressa, o seu tempo é caro, custa-nos dinheiro, a nossa sublime profissão é a de matar o tempo. Exige a nossa entrega total: há tempo a mais. Quem pudesse fazer parar e pôr de pé os relógios do mundo: a eternidade como erecção perpétua.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário