No peito do doente começou a borbulhar qualquer coisa, e uma tosse violenta e seca, sem expectoração, fê-lo dobrar-se e engasgar-se.
- De que é que ele precisa agora? - metralhou de repente a cozinheira em voz alta e fina. - Faz dois meses que não sai lá de cima, tosse tanto que parece que se rasga, até a mim me dói tudo cá por dentro quando o oiço. As botas para quê, para que é que ele as quer? Não o vão enterrar com botas novas. Já há muito que devia ter ido, Deus me perdoe o meu pecado. Irra, parece que arrebenta com a tosse. Se calhar devíamos levá-lo para outra isbá, ou para outro sítio qualquer, sei lá... Na cidade há hospícios para isto. Isto assim está certo? Ocupar o lugar todo e não sair de lá? Vivemos aqui neste aperto... E depois ainda querem que haja asseio.
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