sábado, 28 de novembro de 2009

Afonso Cautela

Não, não estou doente,
não preciso de escolta,
os rins funcionam, felizmente,
ou por morrer também se paga multa?

Não preciso de nada,
estou em ordem,
despeçam-se de mim à bofetada
e passem muito bem.

Deixem-me dormir que tenho fome
e sede e sono,
o meu corpo bebe e come
dor e abandono.

Já tenho fato,
metam-no na caixa,
não esqueçam de pôr luto
e nos sapatos, graxa.

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