Não. Basta o que quer que seja para te lembrar, que estão sempre vivos... tu não o sabes, mas vivem-te sempre... escondidos por baixo da tua consciência! Dentro de ti continuará sempre a viver a vida que tu viveste! Basta um nada, uma palavra, um sonho, a sensação mais pequena, repara, o cheiro dos sabugueiros e estou de novo no campo, em Agostom rapaz de oito anos, por trás da casa do feitor, à sombra de uma oliveira grande e a ter medo de uma vespa azul que zumbe, sinistra, no meio do cálice branco de uma flor. Vejo-lhe o caule tremer, a essa flor violentada, às mãos da voracidade feroz daquele bicho que me apavora. E ainda aqui o tenho, a este medo, aqui, nos rins!... Agora imaginamos-te a ti, toda aquela bela vida, as coisas que se passavam entre vocês e todos aqueles rapazolas que iam lá a casa, fechados ora neste, ora naquele quarto... não o negues!... eu próprio o vi... coisas... aquela Néné a fingir que lhe fugia para a outra porta que havia ao fundo... havia um reposteiro verde... saiu, e de repente voltou no meio das dobras do reposteiro... tinha um seio descoberto, tinha feito descair a camisola de seda cor-de-rosa... e com a mão fazia sinal, sinal de o oferecer, e de repente escondia-o com a mesma mão... Vi-a eu; um seio maravilhoso sabes? Pequeno, cabia inteiro dentro de uma mão! Podia fazer-se tudo!...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
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