sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Noite e o Riso - Tomás

E vai, chega uma carta dele. À transparência desse escrito via-se o perfil da crise crónica, obstinadíssima, que nunca o deixara em paz: a dúvida sobre a sua utilidade na existência. Essa interrogação segui-lo-á até à tumba como um cão sinapismoso: inútil combatê-la (também o mais que fiz até à data foi dar nela porradas levezinhas, de raspão, de lado; como quem apedreja um animal que trota pela estrada).. Ao receber a dita carta em que o Tomás perdia seu doer-se, respondi-lhe: «Os loucos são o sal da terra, e se eles perderem a loucura, oh Elsa, pira-te!»

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