sábado, 30 de abril de 2011

Epígrafe para a arte de furtar

Roubam-me deus,
outros o duabo
- quem cantarei?

roubam-me a pátria;
e a humanidade
outros ma roubam
- quem cantarei?

sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
- quem cantarei?

roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
- aqui del-rei!

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