XL
(...)
E ofereço tudo o que tenho.
Não pergunto quem és, para mim isso não é importante,
Não podes fazer nada, não podes ser mais do que aquilo que te dou.
Inclino-me perante quem moureja nos campos de algodão e perante
quem limpa as latrinas,
Na sua face direita deixo um beijo familiar,
E do fundo da minha alma juro que jamais o renegarei.
Nas mulheres que concebem concebo crianças mais robustas e aptas,
(Neste dia lanço as sementes de repúblicas mais arrogantes).
Àquele que morre acudo à sua porta e rodo a maçaneta,
Atiro os cobertores para os pés da cama,
Despeço o médico e o padre.
Agarro o homem que desfalece e levanto-o com irresistível vontade,
Ó desesperado, aqui tens a minha nuca,
Por Deus, não te vás abaixo!, apoia-te em mim com todo o peso.
Dilato-te com um sopro tremendo, dou-te alento,
Encho todos os quartos da casa com um exército armado,
Meus amantes, vós que do túmulo me enganam.
Dorme... eu e ele velaremos toda a noite,
Nem dúvida nem morte ousarão tocar-te com um dedo,
Abracei-te e a partir de agora pertences-me,
E quando pela manhã te levantares verás que é verdade o que te digo.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
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