sábado, 17 de maio de 2008

Racine e Shakespeare

O romanticismo é a arte de apresentar aos povos as obras literárias que, no estado actual dos seus hábitos e das suas crenças, são susceptíveis de lhe dar o máximo prazer possível.
O classicismo, pelo contrário, apresenta-lhe a literatura que dava o máximo prazer possível aos seus bisavós.
Sófocles e Eurípides foram eminentemente românticos, deram aos Gregos reunidos no teatro de Atenas as tragédias que, segundo os hábitos morais desse povo, a sua religião, os seus preconceitos sobre o que faz a dignidade do homem, deviam proporcionar-lhe o máximo prazer possível.
Imitar hoje Sófocles e Eurípides, e pretender que essas imitações não farão bocejar o francês do século XIX é classicismo.

1 comentário:

Lagarta Zarolha disse...

Felizmente existe a grande senhora Hélia Correia, que fez questão de "brincar" com a Antígona e Medeia, de modo a que hoje, indefesos alunos voluntáriamente forçados a representar, possam proporcionar o máximo de prazer aos seus contemporâneos com personagens ancestrais.

E o que é que se deve chamar ao desempenho da Barraca na encenação da Antígona?