domingo, 14 de outubro de 2007

Do prefácio de O Avesso e o Direito

Sim, nada me impede de sonhar, na própria hora do exílio, porque, pelo menos, sei, de ciência certa, que uma obra de homem outra coisa não é senão este longo caminhar para tornar a achar, pelos desvios da arte, as duas ou três imagens simples e grandes para as quais o coração pela primeira vez se abriu. É talvez por isso que, depois de vinte anos de trabalhos e de produção, continuo a viver na ideia de que a minha obra nem sequer começada está. Desde o instante em que, por ocasião desta reedição me voltei para as páginas que escrevi, foi isso que, em primeiro lugar, tive vontade de assinalar aqui.

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