sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O terceiro Reich

Ao acordar encontro Clarita no quarto, está aos pés da cama com a sua farda de empregada de quartos, a olhar para mim. Não sei porque é que a sua presença me faz feliz. Sorrio-lhe e peço-lhe que se meta na cama comigo, embora sem me aperceber o faça em alemão. De que maneira é que Clarita me entende é um mistério, a verdade é que, prudentemente, primeiro fecha a porta por dentro e depois encolhe-se ao meu lado, sem tirar nada, apenas os sapatos. Tal como no nosso encontro anterior, a sua boca cheira a tabaco negro, o que se torna muito atractivo numa mulherzinha como ela. Segundo a tradição, dos seus lábios deveria desprender-se um gosto a chouriço e alhos ou a pastilha de mentol. Alegro-me que não seja assim.

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