domingo, 4 de dezembro de 2011

Revista Única

Sou defensor da necessidade imperiosa da observação da memória histórica. O futuro está a ser construído hoje. É a nossa acção que está a produzir o que vai ser. Temos de incorporar a interacção fisica. Temos de pôr as pessoas a falar umas com as outras e não deixar que as pessoas sejam formatadas pela televisão das notícias descartáveis e a disponibilidade dos centros comerciais. As pessoas quando deixam de controlar a sua vida fogem da vida e esse é o perigo. Refugiam-se no rancor, no criticismo, nas imagens conservadoras do pastor. O fracasso do comunismo alternativo e a fraqueza da social democracia, que cedeu a tudo, contribuíram para isto. No princípio, o comunismo foi importante, deu direitos aos trabalhadores. Criou valores. Mas temos de incorporar outros pensamentos. Na universidade acusam-me de misturar o Max Weber com o Marx. O pensamento marxista mais puro erigiu a democracia como inimigo. Dizia Saramago que somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos e sem responsabilidade talvez não tenhamos direito a existir.

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