segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um tratado sobre os nossos actuais descontentamentos

A qualidade materialista e egoísta da vida contemporânea não é intrínseca à condição humana. Muito do que hoje parece 'natural' remonta aos anos 80: a obsessão pela criação de riqueza, o culto da privatização e do sector privado, as crescentes disparidades entre ricos e pobres. E sobretudo a retórica que vem a par de tudo isto: admiração acritica dos mercados sem entraves, desdém pelo sector público, a ilusão do crescimento ilimitado.
Não podemos continuar a viver assim. O pequeno crash de 2008 foi um aviso de que o capitalismo não-regulado é o pior inimigo de si mesmo: mais cedo ou mais tarde há-de ser vitima dos seus excessos e para salvar-se recorrerá novamente ao estado. Mas se nos limitarmos a apanhar os cacos e continuar como dantes, podemos esperar convulsões maiores nos próximos anos.

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