sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A Minha Mulher

PAI
(...) Anda toda a gente com a mania que é rico. Depois um dia acordam, põem-se a coçar os bolsos e apertam a gravata até caírem para o lado. É assim que as coisas acabam. É como dizia o meu tio-avô Matos: a única maneira de introduzir inteligência no espiríto desta gente é enfiar-lhes o cano da caçadeira cagueiro acima e pô-los a dizer a tabuada de trás para a frente. Nunca mais cá chega a civilização. Anda tudo enfiado nas mercearias a roer maçãs, uns em cima dos outros, ou a cagar prosa nas colunas dos jornais. Este país está a precisar de um banho de sangue, é o que eu digo. E mais vale tarde que nunca.

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