De entre todas as formas literárias, a que tem um alcance futurista mais poderoso é, certamente, a obra teatral. Queremos também que a arte dramática deixe de ser o que hoje é: um miserável produto industrial submetido ao mercado das distracções e dos prazeres citadinos. Para isso, é preciso varrer todos os preconceitos imundos que esmagam os autores, os actores e o público.
É por isso que ensinamos aos autores o desprezo pelo público, em particular pelo público e das estreias, cuja psicologia a seguir sintetizamos: rivalidades de chapéus e trajos femininos, vaidade de um lugar caro transformando-se em orgulho intelectual, camarotes e plateia ocupados por homens maduros e ricos, cujo cérebro é naturalmente desprezivo e a digestão muito laborosa, o que é incompatível com qualquer esforço intelectual.
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