Desgraça! Desgraça! Estamos sós, nós e a Peste! A última porta fechou-se! Já não ouvimos nada. O mar estará de agora em diante longe de mais. Agora cerca-nos a dor e temos de refazer os mesmos caminhos nesta cidade estreita, sem árvores e sem água, com as altas portas polidas fechadas a cadeado, rodeada de multidões ululantes. Cádis enfim, como uma arena negra e vermelha onde se vão celebrar os morticínios rituais. Irmãos, este infortúnio é maior do que a nossa falta, nós não merecemos esta prisão! O nosso coração não era inocente, mas amávamos o mundo e os seus verões: isto deveria bastar para nos salvar! Os ventos sustiveram o seu ímpeto e o céu está vazio! O silêncio será por muito tempo a nossa lei. Mas uma última vez, antes que as nossas bocas se fechem sob a mordaça do terror, nós gritaremos no deserto.
domingo, 18 de março de 2007
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