quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Os Animais do Sol e da Sombra

O que está aquém da visão não é uma simples franja
ou um vaso mas o sangue do sol
que explode e se projecta em imagens fulgurantes
com um núcleo osbcuro e ramagens transparentes
Não podemos beber directamente da nascente
porque nós pertencemos-lhe a partir da sua origem
e não podemos voltar-nos para a sua garganta escura
para colher as anémonas de fogo
ou montar os cavalos incandescentes
Esse vigor subterrâneo e sempre antecedente
tem a violência da lava e da serração da floresta
e é ele que nos lança no mundo do fundo das suas trevas
e com a sua cegueira nos abre a visão das coisas
Sem ele não poderíamos vislumbrar o horizonte
nem conhecer o sabor do silêncio ou a passagem do tempo
Somos o fruto do seu excesso de ser e também da sua falha original
e os lábios do seu espaço tumultuoso
O seu corpo é uma espiral que estremece
a partir de vulcânicas raízes
Não conheceremos nunca o inicial segredo deste incandescente ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo[habitante fluvial
Mas se a estrela do silêncio brilha sobre os muros
talvez possamos sentir o rumor novo do seu hálito

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